Engana-se quem pensa que os mais velhos só se preocupam com a saúde. Estética também é pauta por aqui, prateadas e prateados. Por isso, e para tratar de diversos outros assuntos referentes à pele madura, convidamos a dermatologista Leandra Metsavaht para nos tirar algumas dúvidas.
Mas antes, responda com sinceridade: algum dos tópicos a seguir é do seu interesse?
(x) Envelhecimento da Pele
(x) Menopausa
(x) Calvície
(x) Câncer de pele
Do nosso também, então venha saber mais sobre eles!
ENVELHECIMENTO DA PELE
Uma coisa é certa: é só nascermos para já estarmos envelhecendo. E pensar assim, de acordo com a dermatologista Leandra Metsavaht, é um ponto positivo, já que a prevenção é um dos caminhos dermatológicos que acompanha o envelhecimento da pele.
Longe de fazer uma censura às rugas – afinal, por aqui no MP entendemos o envelhecimento como um processo natural pelo qual todos irão passar sendo, portanto, muito melhor estar preparado para ele – há total liberdade estética em querer ou não amenizá-las e, acredite, elas começam a surgir antes dos 30 anos em função do crono-envelhecimento e do foto-envelhecimento. Ficou confuso? Quem explicar é a especialista.
♦ Existe alguma idade específica para a pele humana começar a envelhecer? E afinal, o que é o crono-envelhecimento e o foto-envelhecimento?
De acordo com um estudo realizado na Nova Zelândia com quase 1 mil voluntários o envelhecimento começa, em média, a partir dos 26 anos de idade, mas se pensarmos que tudo o que fazemos desde o início de nossas vidas trará consequências ao envelhecimento futuro, eu diria que começamos a envelhecer a partir do momento em que nascemos. Por isso, todos os cuidados possíveis devem ser tomados desde então para uma vida saudável e um bom envelhecimento, como, por exemplo, cuidar da alimentação, realizar exercícios, dormir bem, não fumar e se proteger adequadamente dos raios ultravioleta.
É ai que entra o foto-envelhecimento, inclusive, causado pela radiação ultravioleta e que traz manchas brancas e escuras, pode deixar a pele com um tom amarelado e aumentar as rugas. Já o crono-envelhecimento é aquele que diz respeito ao tempo e está mais ligado à flacidez e à perda óssea.
♦ Notamos que conforme envelhecemos a pele parece se tornar mais “fina”, o que ocasiona feridas até em simples batidas com o braço, por exemplo. Isso está relacionado a esse crono-envelhecimento e à flacidez?
Com certeza e com o foto-envelhecimento também. Com o passar dos anos a pele vai perdendo o tônus e a elasticidade, principalmente nas áreas expostas à radiação ultravioleta, como os antebraços. O ideal é não se expor ao sol das 10h às 15h, pois o raio causa uma alteração no colágeno da derme, que se torna frouxo e deixa os vasos sanguíneos sujeitos a traumas. No caso de precisar estar exposto é preciso usar protetor solar e até mesmo vestimentas com proteção UV.
♦ Ainda sobre envelhecimento, há alguma diferença dos seus efeitos na pele da mulher e na do homem?
Infelizmente existe sim. A pele do homem costuma ser mais espessa do que a da mulher e até os 50 anos os homens perdem menos água através da pele. Depois dessa idade a perda é igual, porém a produção de sebo é maior nos homens a vida toda. Esse declínio na produção de sebo e a perda de água na pele da mulher aumentam o ressecamento.
Além disso, mulheres apresentam o tecido adiposo mais espesso ao longo de toda a vida e com a menopausa sofrem a diminuição do hormônio feminino estrogênio, o que contribui ainda mais com o envelhecimento da pele. Hoje em dia é muito comum recorrer à reposição hormonal, mas para esse fenômeno ela ainda não provou ser eficaz.
♦ Você comentou que a prevenção é um dos maiores aliados para amenizar o envelhecimento cutâneo. Independentemente da idade, há tratamentos que são indicados para todos os tipos de pele?
Antes de começar qualquer tratamento de prevenção é importante procurar um dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia para uma melhor avaliação, mas há alguns produtos e ativos largamente utilizados.
O uso diário de protetor solar, por exemplo, independe da idade e deve ser associado a um hidratante. Estudos científicos também mostram que a vitamina C e a vitamina E são ótimos antioxidantes, principalmente se usados em conjunto.
O ácido retinóico, que só é vendido com receita médica, ainda é padrão ouro no tratamento anti-envelhecimento por melhorar as manchas e a qualidade do colágeno dérmico, levando a uma melhora das rugas.
>> DICA EXTRA DA ESPECIALISTA: Com o passar dos anos é comum a inclusão de remédios na rotina, mas algumas substâncias contidas nas formulações podem causar alergias ou manchas na pele. O geriatra, o cardiologista e o clínico geral precisam estar sempre alertas sobre isso. Qualquer anormalidade deve ser comunicada a um dermatologista para uma investigação.
MENOPAUSA
De acordo com estudos científicos, há evidências de que os estrogênios possuem papel fundamental contra o envelhecimento cutâneo e diante da menopausa a redução do hormônio, inevitavelmente, torna esse processo ainda mais acelerado.
Mas, segundo Leandra, as rugas não são o único problema dermatológico causado pela menopausa…
♦ Quais outros problemas podem ser acentuados na mulher após a menopausa?
A baixa dos hormônios pode levar também a queda de cabelos, principalmente nas mulheres que apresentam uma tendência genética e esse é um assunto delicado, pois o cabelo está muito relacionado à vaidade.
Antes de uma maior preocupação é necessária uma avaliação por parte do dermatologista para identificar o motivo dessa queda, que também pode estar relacionada a outros hormônios que em nada têm a ver com a menopausa, como os tireoidianos ou com a anemia, a carência de vitaminas e até mesmo o uso de determinados medicamentos.
A partir dessa avaliação, será indicado o melhor tratamento que pode ser através de suplementos vitamínicos orais, vasodilatadores tópicos, shampoos dermatológicos e loções específicas para a queda.
MANCHAS NA PELE
A Academia Americana de Dermatologia e a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomendam visita anual ao dermatologista a todos os indivíduos adultos, principalmente aqueles com história familiar ou pessoal de câncer de pele ou com mais de 50 pintas espalhadas pelo corpo.
O motivo? Estatística, já que o câncer de pele é o mais frequente no Brasil e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no país. Mais comum em pessoas com mais de 40 anos, ele pode ser identificado através das tão temidas manchinhas na pele.
♦ O que causa as manchas na pele e em qual parte do corpo elas surgem primeiro?
As manchas da pele expressam o quanto um indivíduo se expos ao longo de toda a sua vida à radiação UV, que por possuir um efeito cumulativo é armazenado ano após ano.
Por isso, elas aparecem inicialmente em áreas mais sujeitas à exposição como a face, o pescoço, os antebraços, o dorso das mãos, as orelhas no caso dos homens, o colo no caso das mulheres e até mesmo o couro cabeludo em quem sofre de calvície.
♦ E como identificar se a sua mancha pode ser ou não câncer de pele?
As lesões ocasionadas pelo câncer de pele possuem aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida, com crosta central e que sangra facilmente.
Elas podem ser identificadas também em pintas pretas ou castanhas que mudam de cor e de textura ou tornam-se irregulares nas bordas e cresçam de tamanho.
E até mesmo em uma mancha ou ferida que não cicatrize e que continue a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Fonte: http://mundoprateado.com/pele-madura-precisa-ser-saudavel/ Texto: Luiz Morena